Acordei como acordam os tolos, cheio de felicidades

Acordei como acordam os tolos, cheio de felicidades
Estação Poesia

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Espero encontrar-me no teu beijo.


    

Espero encontrar-me no teu beijo.
Nua e mulher
Dentro dos teus olhos humanos

Em qual continente tu respiras?

Deixo-te migalhas de estrelas
Pelas ruas do mundo
Para que tu não percas
Os caminhos do meu coração

1996 (c)Ione França 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Perigos...

Coloco-me no plural como quem pousa um vaso com violetas africanas no peitoril da janela.
Assim, definitiva aproximação, como beija-flor na flor.
Leve, devagar, sem outra intenções ou atos.
Apenas flores nas janelas.
À noite, também acendo velas na janela.
Uma vela para ser mais exata.
Sempre me parece que a exatidão é um perigo.
Perigo de sermos apenas aquilo que pensamos que somos...
Perigo de pensarmos que somos apenas o que fazemos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Ione França: A Emoção de Ler Acordei como acordam os tolos... n...

Ione França: A Emoção de Ler Acordei como acordam os tolos... n...: Vivo de espaços vazios e os outros são estrelas a explodir no universo a milhões de anos-luz. Falo pouco e não me compreendo nas minhas a...

A Emoção de Ler Acordei como acordam os tolos... na 4Estações.

Vivo de espaços vazios e os outros são estrelas a explodir no universo a milhões de anos-luz.
Falo pouco e não me compreendo nas minhas ausências.
Quando me dou conta, já abandonei o meu corpo e desapareço.
Vê a peste que assola o meu sangue.
Solidão.
Que não mata por engano. Apenas se espalha pela pele como uma sentença.
Por mais de dois mil anos procurei-me e não envelheci.
Sou tão primitiva quanto a saudade.
No inverno, não recolho das laranjas nem o sabor dos meus beijos.
Talvez na próxima esquina, em que as ruas terminam em casas que não conheço.
Talvez dentro destas casas, junto à lareira acesa, misturado com as cinzas, no último trago de conhaque, esteja o meu amor. E aí, eu estarei...

                                                   Ione França
                                                   www.castordepapel.pt   

A Emoção de Ler Acordei como acordam os tolos... na 4Estações.

Vivo de espaços vazios e os outros são estrelas a explodir no universo a milhões de anos-luz.
Falo pouco e não me compreendo nas minhas ausências.
Quando me dou conta, já abandonei o meu corpo e desapareço.
Vê a peste que assola o meu sangue.
Solidão.
Que não mata por engano. Apenas se espalha pela pele como uma sentença.
Por mais de dois mil anos procurei-me e não envelheci.
Sou tão primitiva quanto a saudade.
No inverno, não recolho das laranjas nem o sabor dos meus beijos.
Talvez na próxima esquina, em que as ruas terminam em casas que não conheço.
Talvez dentro destas casas, junto à lareira acesa, misturado com as cinzas, no último trago de conhaque, esteja o meu amor. E aí, eu estarei...

                                                   Ione França
                                                   www.castordepapel.pt   

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hoje quero ser feliz...



ACORDEI COMO ACORDAM OS TOLOS, CHEIA DE FELICIDADES
Ione França
 
ISBN: 978-989-8761-05-7
Hoje quero ser feliz. É sábado. Quero que os meus sábados sejam felizes, nas minhas terras particulares, aquelas onde o meu coração quer criar raízes, cheio de pressas e manias, manias de ser feliz.
O Castor de Papel • Um selo editorial da 4Estações – Editora, Lda. • ESTORIL — PORTUGAL

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Finais Felizes

Na borda da mesa um ramo de algodão, seco, velho, mas vivo, com bolas brancas, bolas de algodão.
Um presente, de quem já morreu. Gostamos muito destes presentes que não se repetem.
O ramo de algodão está morto na borda da mesa? A madeira da mesa, antes árvore em floresta urbana, está viva?
Estamos vivos, nestes corpos nascidos  a tanto tempo atrás? O que respiramos, o futuro, ou ontem?
Basta, estamos agora, não é aqui, é agora, neste exato minuto, prontos para nós mesmos. Ou nem tanto!
O que fazer?
Viver, com aquilo que somos. Tão pouco...
Não nos agrada?
Paciência, somos simples e mortais, não somos deuses, não somos eternos, não somos belos, nem perfeitos.
Somos gentinha, dois braços, duas pernas e tantas recordações. Sou um pouco de ti, quando minto e procuro o outro, além, muito além de mim, inalcançável. Sou um pouco de ti, quando minto para não estar só. E justificar-nos!
Desculpa esta palavras insanas, de poeta despedaçada no nascer do sol, e que acaba por acordar assim,
meio feliz  e espalhada entre palavras incertas e dúvidas generosas. Dúvidas generosas?
O ramo de algodão está vivo, por que é belo. E a beleza sempre escapa da morte, fica a espreita, escondida antes e depois do massacre e entra furtivamente nas bagagens dos sobreviventes, normalmente nos seus olhos. 
Quem disse que nos olhos só cabe a tristeza?
(c)Ione França
Parede, 14 de dezembro de 2016